Ai ai, eu não posso ouvir um pandeiro
Que curvo a subir do terreiro
Marcando o compasso no chão
Ai ai, o meu corpo fica tremendo
O ritmo vai acendendo
Um grande braseiro no meu coração
Ai ai, o samba rasgado é de fato
No clube, no morro ou no palco
Concorre somente para vencer
Eu gosto do samba sincopado
Mas francamente, sem esse do ritmo quente,
Tão quente que até queima a gente,
Eu não sinto o menor prazer
O brasileiro canta o samba
A valsa, o chorinho e a macumba
Também no mês de fevereiro
Só se ouve pelas ruas retumbar mulher que "tumba"
Mas quem nos representa no estrangeiro
É o samba ragado brasileiro
Ai ai, o samba rasgado é de fato
No morro, no clube ou no palco
Concorre somente para vencer
Eu gosto do samba sincopado
Mas francamente, sem esse do ritmo quente,
Tão quente que até queima a gente,
Eu não sinto o menor prazer
O brasileiro canta o samba
A valsa, o chorinho e a macumba
Também no mês de fevereiro
Só se ouve pelas ruas retumbar mulher que "tumba"
Mas quem nos representa no estrangeiro
É o samba ragado brasileiro
Zé Ketti / Jaime Silva
1956 - Vamos Dançar com Marlene e Seus Sucessos
"Amo a música. Acredito na melhora do planeta. Confio em que nem tudo está perdido. Creio na bondade do ser humano. E percebo que a loucura é fundamental. Viver é ótimo!" Elis Regina
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Saudosa Maloca - Marlene (1956)
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Se o senhor não tá lembrado
Dá licença de contar
Que aqui "donde" agora está
Este "adifício arto"
Era uma casa "véia",
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Matogrosso e o Joca
Construimos nossa "maloca"
Mas um dia
"Nóis" nem pode se "alembrá"
Veio os "home" com as ferramenta
Que o dono "mandô derrubá"
Peguemos todas nossas coisa
E fumo pro meio da rua
"Apreciá" a demolição
Que tristeza que "nóis" sentia
Cada "táuba" que caía
Doía no coração
Matogrosso quis gritar
Mas em cima eu falei
Os "home tá cá" razão
"nóis arranja" outro lugar
Só "se conformemo"
Quando o Joca falou
Deus dá o frio
Conforme o "cobertô"
E hoje "nós pega" as paia
Nas grama do jardim
E pra esquecer "nóis cantemos" assim:
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida...
Adoniran Barbosa
1956 - Vamos Dançar Com Marlene e Seus Sucessos
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Se o senhor não tá lembrado
Dá licença de contar
Que aqui "donde" agora está
Este "adifício arto"
Era uma casa "véia",
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Matogrosso e o Joca
Construimos nossa "maloca"
Mas um dia
"Nóis" nem pode se "alembrá"
Veio os "home" com as ferramenta
Que o dono "mandô derrubá"
Peguemos todas nossas coisa
E fumo pro meio da rua
"Apreciá" a demolição
Que tristeza que "nóis" sentia
Cada "táuba" que caía
Doía no coração
Matogrosso quis gritar
Mas em cima eu falei
Os "home tá cá" razão
"nóis arranja" outro lugar
Só "se conformemo"
Quando o Joca falou
Deus dá o frio
Conforme o "cobertô"
E hoje "nós pega" as paia
Nas grama do jardim
E pra esquecer "nóis cantemos" assim:
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida
De "donde nóis passemo"
Os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca, maloca querida...
Adoniran Barbosa
1956 - Vamos Dançar Com Marlene e Seus Sucessos
Boato - Elza Soares (1960)
Você foi um boato
Só agora eu sei
Em que acreditei
Andou de boca em boca
No meu coração
Até que um dia
Desmentiu minha ilusão
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Haja o que houver
Custe o que custar
Hoje de você eu quero paz
Sei que eu vou chorar
Todo o meu sofrer
Boato só o tempo desfaz
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Você foi um boato
Só agora eu sei
Em que acreditei
Andou de boca em boca
No meu coração
Até que um dia
Desmentiu minha ilusão
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Haja o que houver
Custe o que custar
Hoje de você eu quero paz
Sei que eu vou chorar
Todo o meu sofrer
Boato só o tempo desfaz, (Dalva)
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade (Miltinho)
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade (Alaíde)
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato...
João Roberto Kelly
1960 - A Bossa Negra
Só agora eu sei
Em que acreditei
Andou de boca em boca
No meu coração
Até que um dia
Desmentiu minha ilusão
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Haja o que houver
Custe o que custar
Hoje de você eu quero paz
Sei que eu vou chorar
Todo o meu sofrer
Boato só o tempo desfaz
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Você foi um boato
Só agora eu sei
Em que acreditei
Andou de boca em boca
No meu coração
Até que um dia
Desmentiu minha ilusão
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Haja o que houver
Custe o que custar
Hoje de você eu quero paz
Sei que eu vou chorar
Todo o meu sofrer
Boato só o tempo desfaz, (Dalva)
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade (Miltinho)
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade (Alaíde)
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato
Tem um fundo de verdade
Você foi a mentira
Que deixou saudade
Todo boato...
João Roberto Kelly
1960 - A Bossa Negra
O Samba Brasileiro - Elza Soares (1960)
Gosto de exaltar cantando o samba brasileiro
Ritmo bem quente sem sotaque estrangeiro
Foi por isto mesmo que tirou sua patente
Por ser diferente e tão bom de se dançar
Gosto de exaltar cantando o samba brasileiro
Ritmo bem quente sem sotaque estrangeiro
Foi por isto mesmo que tirou sua patente
Por ser diferente e tão bom de se dançar
Agora minha gente me acompanhe,
Ouça com sinceridade
A cuíca e o pandeiro,
Diga sem intuito de bondade
Se é possível haver no mundo
Requebrado igual
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Agora minha gente me acompanhe,
Ouça com sinceridade
A cuíca e o pandeiro,
Diga sem intuito de bondade
Se é possivel haver no mundo
Requebrado igual
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Pam-pam-pam- pam-pam-padam...
Claribalte Passos
1960 - A Bossa Negra
Ritmo bem quente sem sotaque estrangeiro
Foi por isto mesmo que tirou sua patente
Por ser diferente e tão bom de se dançar
Gosto de exaltar cantando o samba brasileiro
Ritmo bem quente sem sotaque estrangeiro
Foi por isto mesmo que tirou sua patente
Por ser diferente e tão bom de se dançar
Agora minha gente me acompanhe,
Ouça com sinceridade
A cuíca e o pandeiro,
Diga sem intuito de bondade
Se é possível haver no mundo
Requebrado igual
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Agora minha gente me acompanhe,
Ouça com sinceridade
A cuíca e o pandeiro,
Diga sem intuito de bondade
Se é possivel haver no mundo
Requebrado igual
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Pam-pam-pam- pam-pam-padam
Ha-ha! ha-ha!Ha-ha! ha-ha!
Pam-pam-pam- pam-pam-padam...
Claribalte Passos
1960 - A Bossa Negra
Só Vendo Que Beleza (Marambaia) - Elza Soares (1960)
Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia, só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brincos-de-princesa
Quando chega o verão, eu sento na varanda
Pego meu violão, começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar
E quando chega a tarde o bando de andorinhas
Voa em revoada fazendo verão
E lá na mata o sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar meu coração
E às seis horas o sino da capela
Bate as badaladas da Ave-Maria
A lua nasce por detrás da cerca
Anunciando que acabou o dia
E quando chega a tarde o bando de andorinhas
Voa em revoada fazendo verão
E lá na mata o sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar meu coração
E às seis horas o sino da capela
Bate as badaladas da Ave-Maria
A lua nasce por detrás da cerca
Anunciando que acabou o dia
Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia, só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brincos-de-princesa
Quando chega o verão, eu sento na varanda
Pego meu violão, começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar...
Rubens Campos / Henricão
1960 - A Bossa Negra
Fica na beira da praia, só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brincos-de-princesa
Quando chega o verão, eu sento na varanda
Pego meu violão, começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar
E quando chega a tarde o bando de andorinhas
Voa em revoada fazendo verão
E lá na mata o sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar meu coração
E às seis horas o sino da capela
Bate as badaladas da Ave-Maria
A lua nasce por detrás da cerca
Anunciando que acabou o dia
E quando chega a tarde o bando de andorinhas
Voa em revoada fazendo verão
E lá na mata o sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar meu coração
E às seis horas o sino da capela
Bate as badaladas da Ave-Maria
A lua nasce por detrás da cerca
Anunciando que acabou o dia
Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia, só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brincos-de-princesa
Quando chega o verão, eu sento na varanda
Pego meu violão, começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar...
Rubens Campos / Henricão
1960 - A Bossa Negra
Primeiro Jornal - Sueli Costa (1979)
Quero cantar pra você
Segunda-feira de manhã
Pelo seu rádio de pilha, bem docemente
E te ajudar a escalar esse dia mais facilmente
Quero juntar minha voz matinal
Aos restos dos sons noturnos
E aos cheiros domingueiros que ainda boiam
Na casa e em você
Para que junto com o café e o pão se dê
O milagre de ouvir latir o coração
Ou quem sabe algum projeto, uma lembrança
Uma saudade à toa venha nascendo com o dia, numa boa
E estar com você na primeira brasa do cigarro
No primeiro jorro da torneira
Nos primeiros aprontos de um guerreiro de manhã
Para que saias com alguma alegria bem normal
Que dure pelo menos, até você comprar e ler
O primeiro jornal...
Sueli Costa / Abel Silva
1979 - Louça Fina
Segunda-feira de manhã
Pelo seu rádio de pilha, bem docemente
E te ajudar a escalar esse dia mais facilmente
Quero juntar minha voz matinal
Aos restos dos sons noturnos
E aos cheiros domingueiros que ainda boiam
Na casa e em você
Para que junto com o café e o pão se dê
O milagre de ouvir latir o coração
Ou quem sabe algum projeto, uma lembrança
Uma saudade à toa venha nascendo com o dia, numa boa
E estar com você na primeira brasa do cigarro
No primeiro jorro da torneira
Nos primeiros aprontos de um guerreiro de manhã
Para que saias com alguma alegria bem normal
Que dure pelo menos, até você comprar e ler
O primeiro jornal...
Sueli Costa / Abel Silva
1979 - Louça Fina
Alegria e a Dor - Sueli Costa (1979)
São duas vizinhas de quarto
A alegria e a dor
E moram tão juntas, que entre elas,
Não há corredor
São duas vizinhas de quarto
A alegria e a dor
E moram tão juntas que entre elas,
Não há corredor
Quando a alegria se levanta
A dor dor espera
E o vento da sorte bate à porta
E abre a janela
Alegria te suplico
Pise leve com cuidado
A dor tem ouvido aflito
E descansa bem ao lado
Alegria te suplico
Pise leve com cuidado
A dor tem ouvido aflito
E descansa bem ao lado
São duas vizinhas de quarto
A alegria e a dor...
Sueli Costa / Abel Silva
1979 - Louça Fina
A alegria e a dor
E moram tão juntas, que entre elas,
Não há corredor
São duas vizinhas de quarto
A alegria e a dor
E moram tão juntas que entre elas,
Não há corredor
Quando a alegria se levanta
A dor dor espera
E o vento da sorte bate à porta
E abre a janela
Alegria te suplico
Pise leve com cuidado
A dor tem ouvido aflito
E descansa bem ao lado
Alegria te suplico
Pise leve com cuidado
A dor tem ouvido aflito
E descansa bem ao lado
São duas vizinhas de quarto
A alegria e a dor...
Sueli Costa / Abel Silva
1979 - Louça Fina
Louça Fina - Sueli Costa (1979)
Todo o amor carrega
O medo de quebrar
Uma louça fina
No mármore do olhar
E faz quem ama
Ser um gesto incompleto
Que inquietamente paira
Entre o chão e o teto
Por isso é melhor
Deixar o amor correr
Em paz dentro de nós
Como se fosse um rio
Tocar em nossos olhos
Com seus dedos de brilho
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
É melhor,
Deixar o amor correr
Em paz dentro de nós
Como se fosse um rio
Tocar em nossos olhos
Com seus dedos de brilho
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
Sueli Costa / Abel Silva
1979 - Louça Fina
O medo de quebrar
Uma louça fina
No mármore do olhar
E faz quem ama
Ser um gesto incompleto
Que inquietamente paira
Entre o chão e o teto
Por isso é melhor
Deixar o amor correr
Em paz dentro de nós
Como se fosse um rio
Tocar em nossos olhos
Com seus dedos de brilho
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
É melhor,
Deixar o amor correr
Em paz dentro de nós
Como se fosse um rio
Tocar em nossos olhos
Com seus dedos de brilho
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
E nos fazer queimar
Ou tiritar de frio
Sueli Costa / Abel Silva
1979 - Louça Fina
Para Os Meninos da Nicarágua - Sueli Costa (1979)
Morreu hoje um numa guerra
Cravejado de lacraias
Estilhaços de granada
Um silêncio de punhais
A gargalhada sem dentes
Da boca do nunca mais
A gargalhada sem dentes
Da boca do nunca mais
Fugiu hoje um de uma guerra
Cravejado de lacraias
Estilhaços na memória
Um silêncio de punhais
Cicatrizes dos amigos
Na vala do nunca mais
Cicatrizes dos amigos
Na vala do nunca mais
Entrou hoje um numa guerra
Cravejado de lacraias
Estilhaços de parentes
Mulheres, filhos iguais
Numa secreta esperança
Um silêncio de punhais
Disposto a doar seu sangue
Gota a gota, a gota, a gota...
Como gotejam os soros
Nas noites dos hospitais
Como gotejam os soros
Nas noites dos hospitais
Sueli Costa / Paulo Emílio / Aldir Blanc
1979 - Louça Fina
Cravejado de lacraias
Estilhaços de granada
Um silêncio de punhais
A gargalhada sem dentes
Da boca do nunca mais
A gargalhada sem dentes
Da boca do nunca mais
Fugiu hoje um de uma guerra
Cravejado de lacraias
Estilhaços na memória
Um silêncio de punhais
Cicatrizes dos amigos
Na vala do nunca mais
Cicatrizes dos amigos
Na vala do nunca mais
Entrou hoje um numa guerra
Cravejado de lacraias
Estilhaços de parentes
Mulheres, filhos iguais
Numa secreta esperança
Um silêncio de punhais
Disposto a doar seu sangue
Gota a gota, a gota, a gota...
Como gotejam os soros
Nas noites dos hospitais
Como gotejam os soros
Nas noites dos hospitais
Sueli Costa / Paulo Emílio / Aldir Blanc
1979 - Louça Fina
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Disparada - Jair Rodrigues (1966)
Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
Que boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei
Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei...
Geraldo Vandré / Théo de Barros
1966 - O Sorriso do Jair
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
Que boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei
Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe que eu
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei...
Geraldo Vandré / Théo de Barros
1966 - O Sorriso do Jair
Chão de Estrelas - Jair Rodrigues (1966)
Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos risos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão lá no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E quando do sol a claridade
Forra meu barracão, sinto saudade
Da mulher, pomba-rôla que voou
Nossas roupas comuns, dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros destraída
Sem saber que a aventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
Orestes Barbosa / Silvio Caldas
1966 - O Sorriso do Jair
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos risos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão lá no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E quando do sol a claridade
Forra meu barracão, sinto saudade
Da mulher, pomba-rôla que voou
Nossas roupas comuns, dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros destraída
Sem saber que a aventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
Orestes Barbosa / Silvio Caldas
1966 - O Sorriso do Jair
A Rita - Jair Rodrigues (1966)
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela, meu assunto
Levou junto com ela o que me é de direito
E arrancou-me do peito, e tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor de vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão, porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos, meus pobres enganos
Os meus vinte anos, o meu coração
E além de tudo, me deixou mudo
O violão
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela, meu assunto
Levou junto com ela o que me é de direito
Arrancou-me do peito, e tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
Mas a Rita matou nosso amor de vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão, porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos, meus pobres enganos
Os meus vinte anos, o meu coração
E além de tudo, me deixou mudo
O violão
E além de tudo, me deixou mudo
O violão...
E além de tudo, me deixou mudo
O violão.
Chico Buarque
1966 - O Sorriso do Jair
No sorriso dela, meu assunto
Levou junto com ela o que me é de direito
E arrancou-me do peito, e tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor de vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão, porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos, meus pobres enganos
Os meus vinte anos, o meu coração
E além de tudo, me deixou mudo
O violão
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela, meu assunto
Levou junto com ela o que me é de direito
Arrancou-me do peito, e tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
Mas a Rita matou nosso amor de vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão, porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos, meus pobres enganos
Os meus vinte anos, o meu coração
E além de tudo, me deixou mudo
O violão
E além de tudo, me deixou mudo
O violão...
E além de tudo, me deixou mudo
O violão.
Chico Buarque
1966 - O Sorriso do Jair
Vem Chegando A Madrugada - Jair Rodrigues (1966)
Cai, cai, sereno devagar,
Meu amor está dormindo...
Vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo,
Mas vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo
Cai, cai, sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Cai, cai, sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Deixa dormir em paz,
Uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada
Deixa dormir em paz,
Uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada
Mas vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo,
Vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo
Cai, cai, vai sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Cai, cai, sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Deixa dormir em paz,
Uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada
Deixa meu amor dormir em paz,
Que uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada!
Sereno da madrugada,
Deixa meu amor dormir,
Sereno da madrugada!
Zuzuca / Noel Rosa
1966 - O Sorriso do Jair
Meu amor está dormindo...
Vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo,
Mas vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo
Cai, cai, sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Cai, cai, sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Deixa dormir em paz,
Uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada
Deixa dormir em paz,
Uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada
Mas vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo,
Vem chegando a madrugada, oi
O sereno vem caindo
Cai, cai, vai sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Cai, cai, sereno devagar,
O meu amor está dormindo
Deixa dormir em paz,
Uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada
Deixa meu amor dormir em paz,
Que uma noite não é nada,
Não acorde meu amor,
Sereno, da madrugada!
Sereno da madrugada,
Deixa meu amor dormir,
Sereno da madrugada!
Zuzuca / Noel Rosa
1966 - O Sorriso do Jair
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