quarta-feira, 20 de junho de 2012

Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar) - Tim Maia (1971)

Vou pedir pra você voltar
Vou pedir pra você ficar
Eu te amo
Eu te quero bem

Vou pedir pra você gostar
Vou pedir pra você me amar
Eu te amo
Eu te adoro, meu amor

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando

Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar, se quer amar

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero

Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar...

Te espero para ver se você vem
Não te troco nesta vida por ninguém
Porque eu te amo
Eu te quero bem

Acontece que na vida a gente tem
Que ser feliz por ser amado por alguém
Porque eu te amo
Eu te adoro, meu amor

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando

Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar, se quer amar

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero

Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar
Só quero amar...

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando

Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar, se quer amar

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero

Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando...

Tim Maia



Barravento - Jair Rodrigues (1964)

Noite de breu sem luar
Lá vai saveiro pelo mar
Levando Bento e Chicão,
Lá vai o pranto, uma oração

Se barravento chegar,
Não vai ter peixe pra vender
Filho sem pai pra criar,
Mulher viúva pra sofrer

Salve mãe Iemanjá, barravento
Não deixe ele chegar
Não leve o bom Chicão, barravento
Salve mãe Iemanjá

Não quero mais viver, Janaína
Se Bento não voltar
Meu coração vai ser barravento,
Salve mãe Iemanjá

Noite de breu sem luar
Lá vai saveiro pelo mar
Levando Bento e Chicão,
Lá vai o pranto, uma oração

Se barravento chegar,
Não vai ter peixe pra vender
Filho sem pai pra criar,
Mulher viúva pra sofrer

Salve mãe Iemanjá, barravento
Não deixe ele chegar
Não leve o bom Chicão, barravento
Salve mãe Iemanjá

Não quero mais viver, Janaína
Se Bento não voltar
Meu coração vai ser barravento,
Meu coração vai ser barravento,
Meu coração vai ser barravento,
Salve mãe Iemanjá

Sérgio Ricardo



Sabotagem No Morro - Aracy de Almeida (1965)

Eu quase que chorei
Quando alguém me falou
O salgueiro não sai

É sabotagem, não está legal
As cabrochas gastaram dinheiro,
Meu samba está pronto
Pro ensaio geral

Eu quase que chorei
Quando alguém me falou
O salgueiro não sai

Encontrei tamborins e cuícas
Em pedaços jogados no chão
O estandarte da escola rasgado
Na porta do meu barracão

Eu saí pelo morro correndo
Com o livro de ouro na mão
Sete peles de gato resolvem a situação
Pra fazer um tamborim?

Eu quase que chorei
Quando alguém me falou
O salgueiro não sai

É sabotagem, não está legal
As cabrochas gastaram dinheiro,
Meu samba está pronto
Pro ensaio geral

Eu quase que chorei
Quando alguém me falou
O salgueiro não sai

Encontrei tamborins e cuícas
Em pedaços jogados no chão
O estandarte da escola rasgado
Na porta do meu barracão

Eu saí pelo morro correndo
Com o livro de ouro na mão
Sete peles de gato resolvem a situação
Pra fazer um tamborim?

Haroldo Lobo / Wilson Batista



domingo, 10 de junho de 2012

Ronda - Maria Bethânia (1978)

De noite eu rondo a cidade
A lhe procurar, sem encontrar
No meio de olhares espio
Em todos os bares
Você não está...

Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho, alegria me dá
Nele você está...

Ah! Se eu tivesse
Quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, essa busca é inútil
Eu não desistia ...

Porém com perfeita paciência
Sigo a te buscar, hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando dadinhos, jogando bilhar...

E nesse dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida São João...

Paulo Vanzolini



1978 - Álibi



sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Banda - Nara Leão (1966)

Estava à toa na vida,
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro, parou
O faroleiro que contava vantagem, parou
A namorada que contava as estrelas
Parou para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada, sorriu
A rosa triste que vivia fechada, se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Estava à toa na vida,
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto o que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar depois que a banda passou
E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor
Depois da banda passar cantando coisas de amor

Depois da banda passar cantando coisas de amor
Depois da banda passar cantando coisas de amor
Depois da banda passar cantando coisas de amor...

Chico Buarque





Mamãe Passou Açúcar em Mim - Wilson Simonal (1966)

Lá Lá Lá Lá Lalalalalá!
Lá Lá Lá Lá Lalalalalá!
Lá Lá Lá Lá Lalalalalá!

Eu sei que tenho
Muitas garotas
Todas gamadinhas por mim

E todo dia, é uma agonia
Não posso mais andar na rua
É o fim...

Eu era neném
Não tinha talco
Mamãe passou açúcar em mim...

Sei de muito broto
Que anda louco
Pra dar uma bitoca em mim

E na verdade
Na minha idade
Eu nunca vi ter tanto broto assim...

Eu era neném
Não tinha talco
Mamãe passou açúcar em mim...

Lá Lá Lá Lá Lalalalalá!
Lá Lá Lá Lá Lalalalalá!
Lá Lá Lá Lá Lalalalalá!

Carlos Imperial






Lamento no Morro - Roberto Paiva (1956)

Não posso esquecer
O teu olhar
Longe dos olhos meus

Ai, o meu viver
É de esperar
Pra te dizer adeus

Mulher amada
Destino meu
É madrugada
Sereno dos meus olhos já correu

Não posso esquecer
O teu olhar
Longe dos olhos meus

Ai, o meu viver
É de esperar
Pra te dizer adeus

Mulher amada
Destino meu
É madrugada
Sereno dos meus olhos já correu

Longe dos olhos meus...

Mulher amada
Destino meu
É madrugada
Sereno dos meus olhos já correu

Longe dos olhos meus
Longe dos olhos meus...

Tom Jobim / Vinicius de Moraes






sábado, 2 de junho de 2012

A Palo Seco - Belchior (1976)

Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava.
De olhos abertos, lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava

Sei que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 76
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português:
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português:

- Tenho vinte e cinco anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força deste destino,
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues

Sei, que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 76
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês

- Tenho vinte e cinco anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força deste destino,
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues

Sei, que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 76
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês

Belchior



Ela Desatinou - Chico Buarque (1968)

Ela desatinou, viu
Morrer alegrias,
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando

E ela inda está sambando
E ela inda está sambando

Ela não vê que toda gente, já
Está sofrendo normalmente
Toda a cidade anda esquecida,
Da falsa vida, da avenida

Onde ela desatinou, viu
Chegar quarta-feira
Acabar brincadeira,
Bandeiras se desmanchando

E ela inda está sambando
E ainda está sambando

Ela desatinou, viu
Morrer alegrias,
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando

E ela inda está sambando
E ela inda está sambando

Quem não inveja a infeliz, feliz
No seu mundo de cetim, assim,
Debochando da dor, do pecado
Do tempo perdido, do jogo acabado

Ela desatinou, viu
Chegar quarta-feira
Acabar brincadeira,
Bandeiras se desmanchando

E ainda está sambando
E ainda está sambando
E ela inda está sambando
E ainda está sambando...

Chico Buarque



Deixa o Mundo e o Sol Entrar - Elis Regina (1979)

De repente, vejo bem
Eu sou alguém com medo de viver
Sou prisioneiro das coisas que eu amei
Mas não tem sentido estar na vida
Preso a quem não quero mais

De outro lado está você
Nessas promessas vou quase sem ver
Que esse amor aflito, guardado só pra nós
De tão grande já não dá no quarto
Pede o mundo e a luz do sol

Meu passado já morreu
Quem veio dele, sei, vai me entender
Que o amor existe enquanto há paixão
Siga, minha amiga, pela vida
E que eu viva um novo amor

De outro lado estamos nós
Sem compromissos vis
Sem lar, sem lei
Siga, minha amante
Enquanto houver amor

Abra as portas, todas deste quarto
Deixa o mundo e o sol entrar...
Abra as portas, todas deste quarto
Deixa o mundo e o sol entrar...
Abra as portas, todas deste quarto...

Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle






Uma Casa Portuguesa - Carlos Galhardo (1955)

Tu não te lembras da casinha pequenina
Onde o nosso amor nasceu
É uma casa portuguesa, com certeza
É, com certeza, uma casa portuguesa

Numa casa portuguesa fica bem
Pão e vinho sobre a mesa
E se à porta humildemente bate alguém
Senta-se à mesa com a gente

Fica bem esta franqueza, fica bem
Que o povo nunca desmente não
A alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar, e ficar contente

Quatro paredes caiadas
Um cheirinho à alecrim
Um cacho de uvas doiradas
Quatro rosas num jardim

Um São José de azulejo
Mais o sol da primavera
Uma promessa de beijo
Dois braços à minha espera

É uma casa portuguesa, com certeza
É, com certeza, uma casa portuguesa

Quatro paredes caiadas
Um cheirinho à alecrim
Um cacho de uvas doiradas
Quatro rosas num jardim

Um São José de azulejo
Mais o sol da primavera
Uma promessa de beijo
Dois braços à minha espera

É uma casa portuguesa, com certeza
É, com certeza, uma casa portuguesa

Reinaldo Ferreira / Matos Sequeira / Artur Fonseca






Marcha da Quarta-Feira de Cinzas - Toquinho & Vinicius (1975)

Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz

Seu canto de paz
Seu canto de paz
Seu canto de paz...

Carlos Lyra / Vinicius de Moraes