quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Como É Duro Trabalhar - Vinicius & Toquinho (1974)

Fui caminhando, caminhando
À procura de um lugar
Com uma palhoça, uma morena
E um cantinho pra plantar

Achei a terra, vi a casa
Só faltava capinar
Mas sem o colo da morena
Quem sou eu pra me abusar

E lá vou eu
Paro aqui, paro acolá
E lá vou eu
Como é duro trabalhar

E lá vou eu
Paro aqui, paro acolá
E lá vou eu
Como é duro trabalhar

E vou cantando, tiro moda
Faço roda no arraial
Busco a morena de olho em calda
Cheiro de canavial

E bico essa, bico aquela
Vou bicando sem parar
Mas não tem mais moça donzela
Que mereça eu me abusar

E lá vou eu
Paro aqui, paro acolá
E lá vou eu
Como é duro trabalhar

E lá vou eu
Paro aqui, paro acolá
E lá vou eu
Como é duro trabalhar

Toquinho / Vinicius de Moraes



Dolores Sierra - Nelson Gonçalves (1966)

Dolores Sierra
Vive em Barcelona
Na beira do cais
Não tem castanholas
E faz companhia
A quem lhe der mais
Nasceu em Salamanca
Seu pai lavrador
Veio a maioridade
Como quem nasce na roça
Tem sempre a ilusão
De viver na cidade

Sua mãe chorou
No dia em que ela partiu
Pra conhecer Dom Pedrito
Que prometeu e não cumpriu
Com frio e com sede
Só na sarjeta
Sorriu para um homem
E ganhou a primeira peseta
O navio apitou, paguei a despesa
E a história se encerra
Adeus Barcelona, adeus,
Adeus Dolores Sierra

Sua mãe chorou
No dia em que ela partiu
Pra conhecer Dom Pedrito
Que prometeu e não cumpriu
Com frio e com sede
Só na sarjeta
Sorriu para um homem
E ganhou a primeira peseta
O navio apitou, paguei a despesa
E a história se encerra
Adeus Barcelona, adeus,
Adeus Dolores Sierra

Jorge de Castro / Wilson Batista



Recenseamento - Marlene (1956)

Em 1940
lá no morro começaram o recenseamento
E o agente recenseador
esmiuçou a minha vida que foi um horror
E quando viu minha mão sem aliança
encarou para a criança que no chão dormia
E perguntou se meu moreno era decente
E se era do batente ou era da folia

Obediente eu sou a tudo que é da lei
fiquei logo sossegada e falei então:
O meu moreno é brasileiro, é fuzileiro,
é quem sai com a bandeira do seu batalhão!
A nossa casa não tem nada de grandeza
nós vivemos da fartura, sem dever tostão
Tem um pandeiro, tem cuíca e tamborim
tem reco-reco, um cavaquinho e um violão

Fiquei pensando e comecei a descrever
tudo, tudo de valor
que meu Brasil me deu
Um céu azul, um Pão de Açúcar sem farelo
um pano verde-amarelo
Tudo isso é meu!
Tem feriado que pra mim vale fortuna
a Retirada da Laguna vale um cabedal!
Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahia
um conjunto de harmonia que não tem rival

Em 1940
lá no morro começaram o recenseamento
E o agente recenseador
esmiuçou a minha vida que foi um horror
E quando viu minha mão sem aliança
encarou para a criança
que no chão dormia
E perguntou se meu moreno era decente
E se era do batente ou era da folia

Fiquei pensando e comecei a descrever
tudo, tudo de valor
que meu Brasil me deu
Um céu azul, um Pão de Açúcar sem farelo
um pano verde-amarelo
Tudo isso é meu!
Tem feriado que pra mim vale fortuna
a Retirada da Laguna vale um cabedal!
Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahia
um conjunto de harmonia que não tem rival

Assis Valente



Domingo em Copacabana - Elza Soares (1964)

Copacabana cheia
Bom é domingo mesmo
Dias de sol
Vêm alegrar o nosso amor
Mar azul, onda azul
Vem beijar meus amores

Copacabana bela
Lua de luz acesa
Ando na calçada cheia
Sem pensar
Ah, Rio até sozinha
Da beleza do meu Rio

Da Tv Rio até o forte
Gente que passa sem ter norte
Copacabana
Eu vou sonhar junto de ti

Copacabana bela
Lua de luz acesa
Ando na calçada cheia
Sem pensar
Ah, Rio até sozinha
Da beleza do meu Rio

Da Tv Rio até o forte
Gente que passa sem ter norte
Copacabana
Eu vou sonhar junto de ti

Roberto Faissal / Paulo Tito



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Hino ao Amor - Dalva de Oliveira (1965)

Se o azul do céu escurecer
E a alegria na terra fenecer
Não importa, querido, viverei do nosso amor
Se tu és o sonho dos dias meus
Se os meus beijos sempre foram teus
Não importa, querido o amargor das dores desta vida
Um punhado de estrelas no infinito irei buscar
E aos teus pés esparramar
Não importa os amigos, risos, crenças e castigos
Quero apenas te adorar
Se o destino então nos separar
Se distante a morte te encontrar
Não importa, querido, porque morrerei também
Quando enfim a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará no céu eu te encontrar

Edith Piaf / Monnot



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Praça Mauá - Isaura Garcia (1969)

Praça Mauá
Praça feia, mal falada
Mulheres na madrugada
Onde bobo não tem vez

Praça Mauá
Dos lotações de subúrbio
Lugar comum do distúrbio
Nos trinta dias do mês

Eu mandar nesta cidadeSe algum dia
Serás praça da saudade
Do adeus, da emoção

Praça Mauá
O nome nos trás a mente
Um soluço, um beijo quente
E um lenço branco na mão

Se algum dia
Eu mandar nesta cidade
Serás praça da saudade
Do adeus, da emoção

Praça Mauá
O nome nos trás a mente
Um soluço, um beijo quente
E um lenço branco na mão

Billy Blanco



Carlos Gardel - Angela Maria (1959)

Tangos, bandoneons, uma guitarra que geme
Num ritmo de amor desesperado
Um cabaret que fecha suas portas
Uma rua de amor e de pecado

Um guarda que vigia numa esquina
Um casal que anda a procura de um hotel
Um resto de melodia
Um assobio, uma saudade imortal
Carlos Gardel

Buenos Aires cantava no teu cantoCarlos Gardel
Buenos Aires chorava no teu pranto
E vibrava em tua voz
Carlos Gardel

O teu canto era a batuta de um maestro
Que fazia pulsar os corações
Na amargura das tuas melodias

Carlos Gardel
Se cantava a tragédia das perdidas
Compreendendo suas vidas
Perdoava seu papel

Por isso enquanto houver um tango triste
Um otário, um cabaré, uma guitarra
Tu viverás também
Carlos Gardel

Carlos Gardel
Buenos Aires cantava no teu canto
Buenos Aires chorava no teu pranto
E vibrava em tua voz

Carlos Gardel
O teu canto era a batuta de um maestro
Que fazia pulsar os corações
Na amargura das tuas melodias

Carlos Gardel
Se cantava a tragédia das perdidas
Compreendendo suas vidas
Perdoava seu papel

Por isso enquanto houver um tango triste
Um otário, um cabaré e uma guitarra
Tu viverás também
Carlos Gardel

David Nasser / Herivelto Martins



segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Sá Marina - Wilson Simonal (1968)

Descendo a rua da ladeira
Só quem viu, que pode contar
Cheirando a flor de laranjeira
Sá Marina vem pra dançar

De saia branca costumeira
Gira ao sol, que parou pra olhar
Com seu jeitinho tão faceira
Fez o povo inteiro cantar

E põe pra fora esta alegriaRoda pela vida afora
Dança que amanhece o dia
Pra se cantar

Gira, que essa gente aflita
Se agita e segue no seu passo
Mostra toda essa poesia do olhar

Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar

E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

Deixando versos na partida
E só cantigas pra se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar

E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar

Antonio Adolfo / Tibério Gaspar


Canção de Não Cantar - MPB-4 (1967)

Guarda o meu violão
Já nos faltam canções
São muitas as razões que temos pra cantar
Mas, hoje, amor melhor é não cantar
Enquanto houver em nós vontade de fugir
De um canto que na voz não vai saber mentir

Meu canto para ser um canto certo
Vai ter que nascer liberto, e morar no assovio
Do ocupado e do vadio
Do alegre e do mais triste
Só há canto quando existe muito tempo e muito espaço
Pra canção ficar, se eu passo, e dizer o que eu não disse
Ai, que bom se eu ouvisse o meu canto por aí

Meu canto para ser um canto certo
Vai ter que nascer liberto, e morar no assovio
Do ocupado e do vadio
Do alegre e do mais triste
Só há canto quando existe muito tempo e muito espaço
Pra canção ficar, se eu passo, e dizer o que eu não disse
Ai, que bom se eu ouvisse o meu canto por aí

Por isso, um violão prefere emudecer
E vem pedir perdão por não poder cantar
Que, hoje, amor, melhor é não cantar

Sérgio Bittencourt



Universo do Teu Corpo - Taiguara (1970)

Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
Uma gente que não viva só pra si

Só encontro
Gente amarga mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida sem amor que eu aprendi

Por uns velhos vãos motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor

E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor

Vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos à canção

Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo

São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos

Vem, vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos a canção

Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo

São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos

Taiguara